18.3.06

TEATRO IBÉRICO


O pano subiu mais uma vez num local que depois de ter sido a Igreja do Paço Real de Xabregas (séc.XVII), no tempo de João IV, foi uma Fábrica de Tabacos (séc.XIX-XX). Com a Revolução do 25 de Abril, passou a albergar Teatro Ibérico.

Hoje estreou a peça Salada Russa de Anton Tchekhov.
A bem dizer na primeira parte representa-se “ O Urso”, conta-nos a história de uma viúva de luto desde a morte do marido, sem receber ninguém há muitos meses vê a sua casa invadida por um oficial do Exército Russo a quem o falecido havia deixado uma dívida.

Quando este lá se dirige para a cobrar,

















Apaixona-se pelo fulgor e pelos modos desta mulher-desejo



Na segunda parte temos a encenação de um outro conto de Tchekhov: Pedido de Casamento


O autor debruça-se sobre os hábitos e costumes da sua época, a organização social e os papeis que cabem a cada actor, estereótipos planos representando figurinhas intemporais. Resumindo, a forma mesquinha como viviam e a decadência de uma sociedade, cruzada entre o passado e o futuro, sem identidade própria.


O cómico ressalta das contradições entre o querer das personagens e a sua incapacidade para a acção que se traduz numa luta entre convenções sociais e impulsos irreprimíveis da natureza humana. A dificuldade de conciliar os desejos com o absurdo das situações entretanto criadas…





Um espectáculo em duas partes distintas que tão bem retratam uma época (que o escritor soube descrever como ninguém) e que aqui ganham vida própria no desenrolar da acção…
São cerca de duas horas cheias de tonalidades diferentes, ritmo e muita energia…




Em cena no Teatro Ibérico de 16 DE Março a 9 Abril Quinta a Sábado às 21h30, excepto aos Domingos, às 18h30m

1 comentário:

Anónimo disse...

Em Ricardo Velez há um poder em fotografar tudo o que cerca e envolve. Os espaços em que ele vive e trabalha transformam-se em campos de jogos para experiências pessoais passadas e actuais. O seu trabalho fotográfico é dele e sobre ele mas ao mesmo tempo composto dos mesmos temas e emoções que definem a condição humana.
A vida de Ricardo Velez torna-se aqui uma negociação do ele próprio e dos conceitos mitológicos do amor, do medo, do sexo, da morte, da segurança e da coragem. Ele faz com que estas narrações do espírito transcendam o tempo e o espaço e sejam transformadas em linhas com que o tapete da vida é tecido.