9.3.06

CASA da COMÉDIA

Finalmente a Commedia dell’Arte chegou ao Nacional.

Veio com um dos seus principais marcos “Arlequim, Servidor de Dois amos”,






na adaptação e encenação de Filipe Crawford.









A peça, escrita por Carlo Goldoni (1707-1793) em 1745, constitui um clássico deste tipo de teatro muito desenvolvido em Itália.



Por cá, a Companhia de Teatro da Casa da Comédia tem feito esforços na sua divulgação, nomeadamente através da preparação dos Festivais de Commedia dell’Arte que há vários anos se realizam em Lisboa durante o Verão.



Esta obra, agora apresentada no D. Maria II tinha sido representada no ano passado, a propósito do referido festival, no Castelo de S. Jorge.

A história passa-se em Lisboa, há uns séculos e os nomes das personagens alteram-se para que se adaptassem melhor ao mise en scéne





A peça desenrola-se em torno de encontros e desencontros de três casais apaixonados,









da oposição a estes amores por parte de dois velhos que tudo fazem para contrariar os jovens enamorados.





Arlequim, nas suas diatribes acaba servindo dois amos diferentes, ocultando a situação, constitui o elo de ligação entre os seus senhores;






Vai fazendo trapalhadas atrás de trapalhadas criando cenas verdadeiramente hilariantes, até nos mostrar a chave da solução da embrulhada entretanto criada no desenvolvimento do espectáculo



Mas no fim, como nas histórias simples, depois de tudo complicar tudo acaba em bem.
O espectáculo está muito bem conseguido até por estabelecer, comme il faut, uma relação de cumplicidade entre o público e os actores, enquanto estes improvisam deixas, recriam situações despropositadas, enchem o palco num espectáculo de luz, movimento e cor, aqueles vão assistindo a tudo, participando aqui e ali, reagindo ao que se passa do outro lado.



São verdadeiramente umas horas bem passadas.
Quem já conhece, ao voltar terá sempre um espectáculo diferente, sabendo de antemão que assim será. Quem nunca viu Commedia dell’Arte é sem dúvida uma boa maneira de começar!


Estará em cena até 26 de Março, de 3ª a Sábado às 21,45h e aos Domingos às 16,15h, na Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II, na Praça D. Pedro IV (Rossio).

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