22.10.07

FESTA FUNKY

O Funky é descendente do Soul e do Blues. É o Jazz na pista de dança. Originário da cultura Afro-Americana representa uma voz que clama por respeito e dignidade.
A cultura é aquilo que fica depois de esqueceres tudo aquilo que aprendeste.


A música negra, nomeadamente o Soul, passa a ser um veículo de contestação política na defesa dos direitos civis nos anos 60 e 70, no contexto da América do pós-guerra cheia de contradições sócio-culturais. Não pretendemos importar este sentimento mas sim transformá-lo em algo que una as pessoas em redor da música.
O Funky não é: calças à boca de sino, grandes óculos escuros e camisas coloridas ou uma cabeleira afro, é uma atitude que aceita o outro tal como ele é.
Com a sua cultura e maneira de estar!
Funky é Funky.Funky é cru.



Funky és tu.



Aparece!

No Teatro IBÉRICO
Rua de Xabregas nº 54
LISBOA
Tel. 960073223

12.10.07

ELA UMA VEZ


Este espectáculo resulta de um trabalho de equipa bastante vasto, em que a Cláudia, -única em palco.





Começaremos por dizer que esta peça tem por base sete textos de outras tantas poetisas, portuguesas, cuja encenação nos leva num percurso pelo imaginário feminino.







Quer através da expressão corporal, da música, da coreografia ou dos cenários, tudo muito bem conseguido, demonstrando que a simplicidade tem grande força no desenrolar de toda a acção.



Quanto ao desenho de luz e a sonoplastia apresentam-se bem estruturadas, e acompanham a voz da Claudia que nos encanta com o seu sentido melódico.




Não percam este espectáculo! No Mundial até 28 de Outubro, de quinta a sábado, às 21h45m, e Domingos às 17h00m


5.10.07

AGOSTO

A Barraca trouxe-nos desta vez uma peça sobre a emigração e as relações entre emigrantes feita a partir de textos de alguns escritores portugueses.



Durante a acção da peça leva-nos a viajar ao Portugal das décadas 50/60 do séc. XX, quando os portugueses se viam obrigados, em função do panorama político e económico nacional, a emigrar em busca de uma vida melhor.


Ao longo da narrativa contam-se as aventuras e as desventuras por que passaram: Aqueles que eram enganados pelos passadores que ao engano e que nem sequer chegavam a sair de Portugal, deixados que eram numa aldeia do distrito de Bragança denominada FRANÇA;


Outros, no caso, os Açorianos que, para pagarem a viagem para a América, trabalhavam de graça nos navios que demandavam aquelas paragens em troca de uma viagem como bagagens humanas para o novo continente.


Depois chegam-nos os diferentes modos de vida adoptados pelos emigrantes: uma vida de trabalho sem direitos, a exploração a que estavam sujeitos, por vezes empreendida pelos próprios compatriotas,



aqueles que chegaram primeiro, que haviam enriquecido, e que depois se arrogavam no direito de abusar de ignorantes e ingénuos que, numa nova paragem constituíam uma presa fácil.


Finalmente e a terminar mostra-se com verdade que nem todos os emigrados regressam melhor do que partiram, nem sequer com aquilo que tinham partido,


em contraponto com alguns que ao voltar constroem as já famosas maisons que povoam a paisagem de tantas aldeias no nosso interior.

Enfim, viagem guiada por um mundo diferente que tão bem reflecte a mentalidade portuguesa, cá e lá, antes e depois. Uma história paradigmática do ser português.




A peça conta com um elenco jovem e bastante promissor, de que não podemos destacar ninguém.


Uma encenação cuidada de Maria do Céu Guerra e um óptimo trabalho de todos os elementos da equipa desta companhia de dentro, dentro da tradição da Barraca que revela a cada espectáculo um tema polémico e que nos deixa uma perspectiva sempre renovada do mesmo.

Vão ver que vale a pena!


20.9.07

OS VIVOS

Está em cena no Teatro “O Bando” a peça “Os Vivos”.






Trata-se de um texto escrito propositadamente por Jacinto Lucas Pires que estreou no Festival da Teatro de Montemor-o-Velho.





A peça retrata sentimentos, saudades, mágoas que se cristalizam depois da morte.
A Morte de uma filha, de uma namorada, de uma cúmplice, de uma amiga…
As facetas de uma vida espelhadas nas relações que se perpetuam, mesmo do outro lado do espelho.


A mãe que tenta recuperar vivências da filha pelo estabelecimento de uma relação com o namorado, o pai que prossegue num total alheamento, alienando-se entre plantas e num nihilismo infinito, a criada, amiga que partilha com a Marta morta cumplicidades e amores.
Desanuvia o estilo actual do texto, a mordaz ironia, o histerismo controlado em representações seguras e arriscadas que revelam um trabalho sério de personagem.




A peça começa no exterior, entre cenas na paragem de autocarro e numa mística R4, diálogos entre uma senhora na meia-idade e um jovem angustiado, as estórias e os sentimentos, factos e efabulações que se misturam num turbilhão…

A segunda parte desenrola-se numa cenário labiríntico que impede que qualquer espectador detenha a visão da totalidade dos acontecimentos…



Divisões de uma casa onde se guardam memórias, espaços diversificados em constante contacto com o exterior que nos integram na acção e simultaneamente nos interpelam a repelir semelhantes condutas. Um jogo de espelhos inexistentes que testemunhamos.



Ao longo de toda a peça utilizamos um MP3 que nos traz a proximidade do som aos ouvidos, o tom cinematográfico entrecruzado com a visão teatral da peça, num recurso com benefícios mas também algumas reservas às novas tecnologias.









Um espectáculo interessante que vale a pena ver, com boas representações e um élan estético muito cuidado…

Os nossos Parabéns: de 5ª a Domingo em Palmela, às 21h30, com bilhetes a 10€ e os habituais descontos.

17.9.07

Hamlet no teatro Maria Matos, pela Comuna.



No âmbito das comemorações dos 35 anos do teatro de Pesquisa a Comuna e dos 50 anos de carreira de João Mota, estreou na 5ª feira passada a peça “Hamlet”.


Peça de Shakespeare que dispensa quaisquer apresentações, aqui na tradução de Sophia Mello Breyner.





Resta-nos sublinhar as particularidades deste Hamlet, personagem interpretada por Diogo Infante, fio condutor de toda a acção, até em função do texto (não representado e versão integral, provavelmente devido à sua extensão).

Todo o elenco releva a qualidade de representação e encenação a que estamos habituados quando é da Comuna que se fala, as marcações, a estética, a força inerente à acção, tudo respira teatro!



A emoção, a contradição de sentimentos, a tragédia, o desengano magistralmente interpretados por Carlos Paulo, Ana Lúcia Palminha, Albano Jerónimo, Natália Luísa e João Tempera:







A evolução das personagens a que tão bem dão vida convida-nos à partilha de emoções e questiona-nos ritmadamente.
Outros papeis menos preponderantes auxiliam esta percepção completa de conflito interior e de expressão de um tempo e espaço concentrado onde tudo se pode passar:




Seja na peripécia introduzida pelos comediantes, ou através das deambulações do coveiro, nada é deixado ao acaso neste Shakespeare irrepreensível.


A Não Perder:

Teatro Maria Matos
4ª a Sáb. às 21h30,
Domingo matiné.

12.9.07

HAMLET




13 de Setembro a 21 de Outubro, no Teatro Maria Matos
4ª a sáb. às 21H30 dom. às 17H00
M/12


tradução Sophia de Mello Breyner Andresen
adaptação e dramaturgia João Maria André
encenação João Mota cenografia José Manuel Castanheira
figurinos Carlos Paulo música José Pedro Caiado
interpretação Albano Jerónimo, Alexandre Lopes, Ana Lúcia Palminha, Carlos Paulo, Diogo Infante, Frédéric Pires, Gonçalo Ruivo, Hugo Franco, João Ricardo, João Tempera, José Pedro Caiado, Jorge Andrade, Miguel Sermão, Natália Luíza e Raúl Oliveira
execução musical Hugo Franco e José Pedro Caiado
desenho de luz João Mota e Zé Rui
co-produção Comuna Teatro de Pesquisa e Teatro Maria Matos


Espectáculo comemorativo dos 50 anos de Carreira de João Mota e dos 35 anos da Comuna.

31.8.07

O DOIDO e a MORTE



De Cabo verde, o grupo de Teatro do Centro Cultural Português, chega-nos a peça “O Doido e a morte”, baseada no conto de Raul Brandão.







Considerada uma das melhores obras da dramaturgia portuguesa, poderemos falar de expressionismo, já que nos retrata um homem contra as crueldades do mundo em que vivemos.








A peça alerta-nos ainda para o perigo daqueles que dominam o Mundo em que vivemos tendo a mania que são deuses e podem manipulá-lo a seu belo prazer.








Se ainda não viu o festival ainda está a tempo.








Espectáculos a não perder, consulte o programa.



27.8.07

MONSTROS ÀS ESCURAS


Começou mais uma edição, a sexta, do tão esperado Festival Internacional de Máscaras e Comediantes, organizado anualmente pela Filipe Crawford Produções Teatrais, desta feita em parceria com a EGEAC.

O Festival decorre no Castelo de S. Jorge e no Museu da Marioneta (Convento das Bernardas), entre tardes com História e noites mais ou menos veraneantes.



A abertura deste ano fez-se com a peça “Monstros às Escuras”, baseada nos textos de Roland Dubillard.



Trata-se de um espectáculo constituído por uma sequência de diálogos absurdos e de um humor sui generis, em linguagem coloquial e de acordo com as regras, sempre evolutivas da comédia dell’arte.


Os actores, Filipe Crawford e Rui Paulo, desempenham de forma exemplar os seus papéis, dialogam e trocam piadas entre si,~

numa cumplicidade eminente com o público. Retratam-se caricatamente figuras e figurinhas por demais conhecidas da área do espectáculo e ilustram-se simbolicamente momentos do quotidiano de modo muito original.

Guilherme Noronha, o terceiro personagem, melhor dizendo: “aquele de quem se fala” é uma figura sombra no desenrolar de todo o espectáculo, até que no fim, num apontamento inesperado, aparece para revelar que ele é o “tal” personagem, aquele de quem os amigos passaram o espectáculo a falar.

Um espectáculo divertido, leve, que nos proporcionou uma muito agradável noite de Sexta-feira.






Uma última palavra para sublinhar o desempenho do pessoal técnico, elogio este extensível também à sonoplastia e ao trabalho dos vídeoastas.

Consultem o programa do Festival e escolham de entre as variadas peças aquelas que mais vos chamarem a atenção, e cuja vossa agenda permitir, a variedade é grande e a qualidade garantida, de modo que não se apresentam motivos que levem a não participar neste festa única no panorama teatral português!