21.6.07

COMÉDIA EM 3 ACTOS

Novo espectáculo do Teatro da Garagem, em cena no Teatro Taborda.
Um espectáculo dividido por três espaços diferentes, três impressões do relacionamento entre casais, os mecanismos de atracão e repulsão, entre homem e mulheres, a partilha de cumplicidades, os mundos de sentimentos inexpressivos, as personagens estilizadas que são ultrapassadas pelo desempenho dos actores.
É um pouco de tudo isto e muito mais que se representa neste peça.


Num jardim público um obsessivo-compulsivo – Miguel Mendes – discorre sobre a sua elevada consciência moral e outras obscenidades



enquanto admira a Boazinha – Teresa Arriaga – dois seres bem diferentes num esforço um tanto infrutífero para se relacionarem.



Quase desajeitadamente, duas solidões que se chocam e se encontram.



A tia do Liechtenstein – David Antunes – mulher só cómica ridícula que elogia petiscos e deambula pelo espaço de cena em patins e traje (quase) tirolês carrega de nonsense




este quadro com pormenores de cenografia cuidados e efeitos visuais interessantes.



A segunda história – a da Madalena Furacão (Carla Bolito) – retrata as ambivalências dos relacionamentos, o domínio do instinto sobre a racionalidade.



Madalena, a mulher fetiche e o materialista da treta (Fernando Nobre) ultrapassam, na interpretação das personagens que os actores delas fazem, largamente o cliché.



Afinal, todos no revemos em alguma especificidade do quadro, o sonho e a realidade cruzam-se, as discussões que estabelecem chegam a roçar o grotesco, apimentadas pelo fotografo, repórter da vida da mulher espectáculo e de um carácter que a leva ao abismo.




A força irreprimível das sensações, vivências de passados fotografados, o imediatismo do presente, do cómico ao trágico numa fronteira esbatida.




Finalmente, o terceiro quadro, estórias do teatro de rua, Ana Palma e Fernando Gomes, o casal performer














que retira da cartola todos os artifícios para entreter o público. Conquistam-nos pelo poético, pela linguagem a que recorrem na comunicação com o público,






o que nos torna cúmplices de uma nostalgia que descrevem.
A fragilidade do belo evidencia-se nesta cena de elegante representação.
A última comédia, a proximidade do fim, o engenho do deslumbre e a comoção do virtuosismo.





Um espectáculo que sublinha contradições de todos os relacionamentos, que assume o trágico-cómico quotidiano, mas que brilha também pelo recurso a figurinos curiosos, arriscados, por soluções de cenografia geniais, a cargo de Sérgio Loureiro.
Uma última palavra para referir a sonoplastia, do Daniel Cervantes, que acompanha todo o espectáculo sem destoar, a anteceder peripécias e a colorir momentos mais cinzentos.

No Teatro Taborda, às Costa do Castelo, de Quarta a Domingo, até 1de Julho, sempre às 21h30.
Apareçam por lá, que vale a pena!

19.6.07

MANIFESTO

“DITIRAMBUS”, Associação Cultural e de Pesquisa Teatral foi recebida pelo TEATRO IBÈRICO e apresenta, até 30 de Junho, a peça MANIFESTO com texto original da autoria de Ângela Almeida, uma poeta Insular que nos fala da alma do mundo através dos diálogos de quatro mulheres-continentes.



A peça é um manifesto sobre os direitos humanos, o seu incumprimento e os sentimentos de milhares de pessoas,



nascidas em África,








na Ásia,








na Europa



e na América,






(Cátia Correia) que sofrem de maneiras tão diferentes com o estado das coisas: uma mistura de sentimentos complexos


(Céu Neves) e por vezes contraditórios que se concentram numa alma – a da mulher apátrida,



(Manuela Gomes) errante que sonha céus mais azuis,




(Lurdes Castanheira) sorri da beleza deste mundo e chora as violações à sua dignidade de pessoa humana.






Salientamos neste espectáculo a beleza poética do texto, assim como o trabalho de sonoplastia.

Até 30JUN, às 21h30, de Quarta a Domingo, 45min.

Um espectáculo interessante do ponto de vista estético, que nos traz uma visão muito particular dos direitos humanos, pela vivência que imprimida nas circunstâncias relatadas e uma vez mais, pela envolvência tão especial do Teatro Ibérico, espaço de espectáculo único nesta Lisboa.

10.6.07

COMÉDIA em TRÊS ACTOS

O Teatro da Garagem vai apresentar a peça




De quarta a domingo às 21h 30m no Teatro Taborda