14.9.06

NOTHING HURTS

A peça de hoje é uma co-produção de Arquibaldo com o Teatro da Garagem e estará em cena até ao próximo Domingo dia 17. Os espectáculos começam às 21h 30m.


Foi escrita por Falk Richter autor que integra uma nova geração da escrita teatral pós queda do muro de Berlim e que por isso nos apresenta textos com uma alma marcadamente actual.
Em 2001 ganhou o 1º prémio da Academia Alemã das Artes e na peça em cena no Teatro Taborda revela-nos o corpo enquanto espelho das marcas da alma, num relacionamento amor-ódio em que tudo o que as rodeia se resume a paisagem impulsionadora de mais uma fricção.



Numa espécie de “não quero viver contigo mas não posso viver sem ti”, uma realizadora que havia acabado um filme baseado nas suas memórias e vivências pessoais












é convidada para dar uma entrevista sobre a sua última obra.









No primeiro encontro a jornalista e realizadora apaixonam-se e a partir desse momento tudo se desenrola em ritmo acelerado num chorrilho de emoções, traumas passados, modos de vida coerentes na sua incoerência.



Entre copos e dois dedos de conversa rapidamente se cria um conflito entre as amantes numa guerra surda em que corpo é o principal campo de batalha, porque visível.




Entram em choque as duas, ambas no caminho incessante da busca da sua verdadeira identidade, através de emoções gritantes, marcas e silêncios partilhados.





Vivendo num mundo em que o real e o virtual se entrechocam a todo o tempo









para no instante seguinte largarem juras de amor, entre o que é puramente subjectivo e a objectividade dos factos inegáveis.











Para compor o ramalhete só falta referir outras duas personagens: um DJ e um barman que tal como cenário com vida ajudam a recriar e a ilustrar o absurdo dos comportamentos humanos toldados pelas circunstâncias.

Durante a representação o encenador faz uma breve paragem para oferecer a alguns espectadores uma bebida, o que nos parecia correcto era ou oferecia a todos ou a nenhum.




Não podemos terminar este apontamento, sem um grande “bravo” às actrizes Luísa Amorim e







Teresa Tavares











e ao trabalho de vídeo e de desenho de luz.










Quanto aos actores Alexandre Ovídeo e Carlos Monteiro limitaram-se a cumprir interpretação um tanto ou quanto económica.







A produção é de Catarina Ferreira e só tem o senão, já referido, das bebidas pois para além disso tudo funcionou em pleno.

A não perder num destes dias de Setembro!!!

3 comentários:

Ana disse...

interessante e um bom incentivo para os leigos em matéria de teatro como eu... que sabe um dia deste não acabo por ir ver uma peça a conselho do Ricardo...
As fotos valem pelas expressões faciais e corporais embora descontextualizadas do seu habitat...

Anónimo disse...

Passo por aqui sempre com agrado, para apreciar este esforço e dedicação à causa cultural e teatral. Parabéns.

Anónimo disse...

Investe nessas fotos de rosto, gostei muito das mais próximas, acho que estás com um excelente nível de sensibilidade nessa área... Abraço