24.9.06

DANÇA em JAPONÊS

Na última semana o Taborda acolheu uma Companhia de Dança Japonesa.
Foram apresentados dois espectáculos diferentes, infelizmente, não foi possível fazer a reportagem fotográfica que desejávamos, dado que o produtor Bruno Coelho insiste na impossibilidade de fotografar os eventos que decorrem naquele bonito teatro.


Assim, o que aqui apresentamos foram as fotografias possíveis, retratos à revelia do produtor, na opacidade do espectáculo, ao que parece, ninguém se incomodou com a nossa presença, ou melhor, com a presença da nossa Nikon.



Mas vamos ao que interessa:

Um espectáculo em duas cenas bem diversas entre si. Espaços diferentes, cenários distintos, movimentos dispares.

Um casal. A proximidade e o distanciamento. Uma mesa que os une e os separa. Espelho da vida. O recuo, o melhor ângulo – a investida!

Movimentos bruscos e por vezes quase acrobáticos, o dia-a-dia da existência humana no frenético mundo urbano. A busca da ocidentalidade, o traje, a expressão – vazia, despida de sentimento e tão cheia do nada revoltante.

O perfeito entendimento entre os bailarinos, uma sincronia ao som da água: será um regato? Uns chuviscos? Um aguaceiro de dança contemporânea muito bem executada na coreografia deste par.


A terminar com “uma carga de água” que chega para confundir o som das palmas que bem mereceram.

Outro casal. Um cenário de campo. Uma construção magnifica que os separa do público. A ruralidade em palco.
Como intrusos lá vamos espreitando o que se passa do outro lado da vida. Um homem, uma mulher.


O amor que deles transpira, a paixão feita dança. O elogio dos corpos enquanto espelho de uma alma apaixonadamente ardente.

A pureza dos sentimentos. A busca de um amor que liberta. Dois solos que nos mostram a qualidade dos bailarinos que os executaram.

O vibrar de várias músicas que vão marcando os compassos e perpassam tempos e continentes. A cumplicidade entre passos de dança, o ritmado da acção que se vai desenrolando sem vocábulos e, a apoteose com Amália que os japoneses tão bem souberam amar. Também o fado que estes convidados simpaticamente escolheram para terminar!

Numa palavra: Parabéns!

Para a próxima, vamos tentar infiltrar-nos de outra forma, e, talvez com uma cunha* consigamos o que outros conseguiram: ir para a galeria e retratar pormenorizadamente espectáculos de tão boa qualidade!

*Assim pedimos aos leitores que, se conhecerem alguém da Garagem, façam um forcing a favor da fotografia nos espectáculos, ainda que apenas e tão só, para uso particular.

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