20.9.07

OS VIVOS

Está em cena no Teatro “O Bando” a peça “Os Vivos”.






Trata-se de um texto escrito propositadamente por Jacinto Lucas Pires que estreou no Festival da Teatro de Montemor-o-Velho.





A peça retrata sentimentos, saudades, mágoas que se cristalizam depois da morte.
A Morte de uma filha, de uma namorada, de uma cúmplice, de uma amiga…
As facetas de uma vida espelhadas nas relações que se perpetuam, mesmo do outro lado do espelho.


A mãe que tenta recuperar vivências da filha pelo estabelecimento de uma relação com o namorado, o pai que prossegue num total alheamento, alienando-se entre plantas e num nihilismo infinito, a criada, amiga que partilha com a Marta morta cumplicidades e amores.
Desanuvia o estilo actual do texto, a mordaz ironia, o histerismo controlado em representações seguras e arriscadas que revelam um trabalho sério de personagem.




A peça começa no exterior, entre cenas na paragem de autocarro e numa mística R4, diálogos entre uma senhora na meia-idade e um jovem angustiado, as estórias e os sentimentos, factos e efabulações que se misturam num turbilhão…

A segunda parte desenrola-se numa cenário labiríntico que impede que qualquer espectador detenha a visão da totalidade dos acontecimentos…



Divisões de uma casa onde se guardam memórias, espaços diversificados em constante contacto com o exterior que nos integram na acção e simultaneamente nos interpelam a repelir semelhantes condutas. Um jogo de espelhos inexistentes que testemunhamos.



Ao longo de toda a peça utilizamos um MP3 que nos traz a proximidade do som aos ouvidos, o tom cinematográfico entrecruzado com a visão teatral da peça, num recurso com benefícios mas também algumas reservas às novas tecnologias.









Um espectáculo interessante que vale a pena ver, com boas representações e um élan estético muito cuidado…

Os nossos Parabéns: de 5ª a Domingo em Palmela, às 21h30, com bilhetes a 10€ e os habituais descontos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá! Quem é vivo aparece! Esta peça "Os Vivos" retrata algo interessante que é a saudade cristalizada.
Fraterno abraço