17.9.07

Hamlet no teatro Maria Matos, pela Comuna.



No âmbito das comemorações dos 35 anos do teatro de Pesquisa a Comuna e dos 50 anos de carreira de João Mota, estreou na 5ª feira passada a peça “Hamlet”.


Peça de Shakespeare que dispensa quaisquer apresentações, aqui na tradução de Sophia Mello Breyner.





Resta-nos sublinhar as particularidades deste Hamlet, personagem interpretada por Diogo Infante, fio condutor de toda a acção, até em função do texto (não representado e versão integral, provavelmente devido à sua extensão).

Todo o elenco releva a qualidade de representação e encenação a que estamos habituados quando é da Comuna que se fala, as marcações, a estética, a força inerente à acção, tudo respira teatro!



A emoção, a contradição de sentimentos, a tragédia, o desengano magistralmente interpretados por Carlos Paulo, Ana Lúcia Palminha, Albano Jerónimo, Natália Luísa e João Tempera:







A evolução das personagens a que tão bem dão vida convida-nos à partilha de emoções e questiona-nos ritmadamente.
Outros papeis menos preponderantes auxiliam esta percepção completa de conflito interior e de expressão de um tempo e espaço concentrado onde tudo se pode passar:




Seja na peripécia introduzida pelos comediantes, ou através das deambulações do coveiro, nada é deixado ao acaso neste Shakespeare irrepreensível.


A Não Perder:

Teatro Maria Matos
4ª a Sáb. às 21h30,
Domingo matiné.

5 comentários:

Anónimo disse...

Saudades do Teatro da Comuna, que frequentei assiduamente da década de 1970, quando ainda circulava por Lisboa. Foi um assumido prazer visitar esta página.

Anónimo disse...

Cheguei até aqui através de um post no Fórum do BookCrossing e deixaste-me mesmo com vontade de ir ver esta peça de teatro que já andava a namorar há umas semanas :)

Obrigada pela descrição e pelas imagens que, presumo, foram tiradas à revelia do Maria Matos ;)

Cokas

adescobertadopaís disse...

Tenho a informá-lo Caro Cokas, que as imagens não foram tiradas à revelia, porque se tal acontecesse seriam melhores.

Não sei se reparou que a cadeira vazia representa aqueles que foram ostracizados pelo “Hamlet”.

Apenas foi permitido tirar fotos de duas cenas, que ainda por cima não eram as melhores.

Espero que o Maria Matos mude a sua atitude no futuro.

Anónimo disse...

Gostei do desempenho dos actores per si mas, para as duas horas e meia de peça sem intervalo, a plateia é extremamente desconfortável (a idéia até que era boa mas, na prática), esse desconforto retirou todo o prazer de assistir á peça, as pessoas faziam mil e uma ginástica para tentar, em vão, aliviar as pernas. Outra coisa que lamento, foi a escolha do guarda roupa... Por mais que Hamlet seja actual, a mistura de estilos numa só peça retira toda a beleza estética que também é importante. São estes os aspectos a lamentar... Who's there?
- Susana da Silva

Anónimo disse...

Olá amigos da Comuna, tudo bem?
Conheci a Comuna por acaso, estava voltando da Alemanha e fiz uma escala em Portugal, após um belo jantar eu e minha esposa procurávamos o teatro Aberto que o simpático garçom havia nos indicado. Mas o grande teatro Aberto estava fechado... foi aí que o porteiro do teatro,(uma figura singular) nos disse: "...Hoje está fechado...mas, tem um "teatrinho" do outro lado da avenida. Talvez lá tenha alguma coisa em cartaz...". Ao chegarmos na Casa Comuna fomos recebido pelo grande Rosário, que nos informara não ter mais ingresso para a estréia do espetáculo "A Cabra ou quem é Sílvia". Após contarmos tudo o que havia ocorrido nosso amigo Rosário não só arrumou lugar para assistirmos a peça como não cobrou o bilhete... E o espetáculo foi maravilhoso!
À todos da Comuna um forte abraço do amigo e fã brasileiro Barbosa Neto
Este é o meu blog: http://ciaprocenica.blogspot.com/