“Porque penso que se for perfeito serei feliz.”
Uma deambulação por uma série de figuras mais ou menos estilizadas, protótipos de humanos que se sucedem a um ritmo por vezes vertiginoso…
Umas meias tintas de filosofia de alcofa.
A capacidade de nos mostrar o que todos somos pelo menos um pouco em cada uma das figuras no outro lado do Bar.
Talvez tudo isto ou nada daquilo, mas uma meia hora e tanto no Bar do Trindade, acompanhados por um copo (ou não) a rir a bandeiras despregadas assistindo a um espectáculo despretensioso, divertido, honesto e credível que nos é apresentado por Pedro Carmo.
Aos primeiros acordes de Nowhere Fast (do filme Streets of Fire) e com recurso a imagens e a deixas cinematográficas q.b. relata-nos vivências e personalidades do yuppie tardio à estudante de Ciências da Educação na Católica passando pela quarentona afectada pela menopausa e pelo adulto arrumadinho com complexo Peter Pan que questionam as opções de vida tomadas e que em vez de aproveitarem a “vida que têm apenas choramingam aquilo que não têm”.
Já alguém dizia que a comédia tem uma função catártica e esta performance leva-o aos limites, uma representação fantástica e bem sincronizada com as luzes e a sonoplastia, uma contracena com uma legenda que funciona como alter-ego ou aquilo que estávamos ou podíamos mesmo estar a pensar.
Um travo suburbano de quem vê as coisas de fora vivendo-as lá dentro. Uma comunicação milimétrica com o público numa economia de representação que funciona de forma a que tão envolvidos num diálogo em que só um fala nem damos pelo tempo passar.
Medo. Nevoeiro. Morte. Hipócrita. Querido. Mãe. Paraíso.
“Verifique se está bem sentado. Que partes do seu corpo tocam” no computador ao ler estes Post?
Se chegou até aqui é porque isto lhe interessa, de modo que o melhor que tem a fazer é antes de “ir sair” para o Bairro Alto nas próximas semanas passar no Bar do Trindade e divertir-se à grande com uma performance a não perder…
E depois, ao passar para o outro lado da R. da Misericórdia sentir-se-á bastante mais bem disposto e com vontade de deitar “aquilo que o estava a chatear para trás das costas” e aproveitar a movida lisboeta naquilo que tem de melhor: a cultura não ortodoxa!
Ah! A propósito, gosta de marisco?
È aqui promovido o seu consumo durante todo o ano e bastante frequência…
Uma última palavra a congratular todos os que contribuíram e contribuem para o espectáculo por estar concebido de uma forma espantosa!
O HOMEM-LEGENDA
Só até 24JUN no Teatro da Trindade, pelas 23h às 5ª, 6ª e Sáb.
A não perder!
6.6.06
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3 comentários:
Um programa e tanto. Pelo texto que deve muito bom e pelo local aprazível.
Fraterno abraço
Bem podes acreditar que sim!!!
Um espectáculo e tanto!
O teatro vale a pena por isto. Por estas palavras, por este entusiasmo, por este fascínio que a todos nos une.
Obrigada por estares perto e por te juntares a esta celebração!
Um abraço,
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